Em defesa da família

06/03/2020

Por Pe. Frei Marcelo Aquino, O. Carm 

A sociedade, como todas as coisas que partilham da Existência, são causadas, possuem um princípio criador, uma célula mater. A família, enquanto instituição primeira dos homens, é o fator potencial de gerar uma boa ou má sociedade. Tal como numa construção uma fundação mal calculada faz o prédio ruir, uma família mal estruturada faz uma sociedade valetudinária. Não precisa se ter dois olhos para constatar que nossa sociedade não está boa. Qual será, então, sua solução? Logicamente a resposta será a valorização e proteção da família.

A família não é, e nunca será uma instituição falida, ao contrário do que defende os detratores desse organismo vital da sociedade. O homem honesto intelectualmente jamais compactuará com as "verdades" que defendem aqueles que pretendem destruir a família, os que defendem o fim dessa instituição, promovem um caos na mente das crianças que têm que aprender que devem enxergar numa união do mesmo sexo, a imagem que outrora era diferente, a maioria das pessoas tem pai e mãe, mas agora se pleiteiam a existência de uma família formada por dois homens, duas mulheres, ou quem sabe até um homem e uma árvore, por que não?

Longe de ser uma defesa da chamada "homofobia", a defesa da família tradicional se constitui na luta pela sobrevivência do gênero humano e a perpetuação do projeto de Deus. Os que defendem que um casal de homens deve ter o status de família precisam entender que a defesa da família tradicional não significa que eles não têm o direito de viver em suas casas do jeito que quiserem, mas que eles não podem impor ao mundo um novo "modelo" de família, mas eles podem responder dizendo que a nossa pretensão é descabida, querer ser o modelo de família, e a resposta a isso é, nós não pretendemos ser o modelo por excelência, nós o somos, pois Deus assim o quis.

A família é o maior patrimônio de Deus, pois o homem é a obra prima do Criador, Deus quer que os homens cresçam e submetam a Terra, mas, como isso será possível se a militância LGBT insiste em impor um "modelo" de família que é o de não reprodução? Isso significa que a humanidade está ameaçada, daí eles acusam os defensores do modelo tradicional de família de neurose, pois eles acreditam que nós pensamos que as pessoas serão obrigadas a serem homossexuais, é claro que não se trata disso, mas, que o ensino da ideologia de gênero nas escolas, sobretudo nas primárias, constitui numa incitação do método deles, que resultará na proliferação de novos casais do mesmo sexo, isso não é neurose, mas, lógica. Crianças são influenciáveis, e as escolas são como uma extensão da formação familiar.

Enfim, a defesa da família proposta pela Igreja é a defesa do projeto de Deus, pois a Igreja sendo Religião de Deus defende seus interesses, nada mais natural que os integrantes de uma instituição defendam os interesses do seu fundador, mas os ideólogos podem dizer: E nós, não temos o direito de defender nossos "direitos"? E responderemos que sim, mas, defender direitos, não significa impor-se à maioria. O direito que defendemos é o de preservação da família, o direito de que nossas crianças sejam criadas como sempre foram, e quando forem adultas decidam o que querem na vida, mas não que sejam doutrinadas numa nova visão de família.

A doutrinação de ideologia as crianças se constitui uma forte agressão aos direitos das crianças, pois elas têm o direito de viver e crescer como todas as outras crianças de outrora, negar isso é matar a infância das crianças e obriga-las a serem adultas, não pode existir coisa pior para uma criança, lhe ser negado o direito de ser criança.

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