O Dragão do Modernismo
Por Pe. Frei Marcelo Aquino, O. Carm.
O momento em que nos encontramos é simplesmente tenebroso, vemos por todo lado as pessoas atacarem o modo fidedigno de ser Igreja, nos acusando de estarmos atrasados e impedindo que a Igreja caminhe.
Temos à nossa frente um dragão, o dragão do modernismo, aquele mesmo condenado pelo papa beato Pio IX no Syllabus, e também pelo papa São Pio X. Sim, o modernismo que eles tanto nos tentaram alertar, esse modernismo não morreu e está a todo vapor tentando destruir a Igreja, colocando-a na onda do mundo. O que nos anima nessa batalha é saber que em cada época Deus suscita homens e mulheres que se atrevem a não ser de seu tempo para salvar a história.
O modernismo é um câncer que deseja infectar toda a Igreja, uma vez que já contaminou a sociedade civil, ou pelo menos grande parte dela. A Igreja como instituição divina conta com colaboradores que ajudam seus filhos a trilharem o caminho do bem e da concórdia, nunca desprezando a primazia de Deus em suas vidas.
O mundo moderno tenta de todas as formas fazer com que a Igreja pense que ela é parte dele, mas sabendo que a Igreja é obra divina e, portanto, não corrigida à modelação, ela vai caminhando e lutando para conservar o depósito da fé que é constantemente atacado, muitas vezes por aqueles que a deviam preservar e cuidar: os pastores de almas.
Precisamos, com nossa fé e empenho, ser faróis para as gerações futuras. É o nosso empenho e luta que defende os homens e mulheres do futuro, à graça de conhecer a frutuosa tradição milenar da Igreja, não apenas conhecer por livros, mas por prática e vivência dos mistérios de Deus no dia-a-dia.
Temos na verdade uma grande luta entre dragões: o da verdade e o da modernidade. O primeiro sofre vilipêndio e escárnio, o segundo segue sutilmente mascarado de solução para os problemas atuais. A Igreja, no entanto, nunca precisou ser atual para trazer o melhor para o mundo: Jesus Cristo. A Igreja nunca precisou aprender com o mundo o que é o melhor, pelo contrário ela ensinou ao mundo o que é o melhor, mas o mundo não o quis. "Vim para os meus, mas os meus não me recebeu". (Jo, 1,11).
A grande acusação do mundo moderno contra a Igreja de sempre é que ela não é atual, mas a resposta que temos para dar é que Nosso Senhor também não é, Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e sempre. (Hb 13, 8). E por essa razão, a Igreja que deve seguir tão somente a Jesus, seu Divino Fundador, também não segue ao mundo. Temos clara consciência de que o mundo nada tem como nos dar, tudo recebemos de Deus, princípio e fim.
O dragão do modernismo, no entanto, insiste em tentar construir outra Igreja que não é a Igreja de Jesus, pois esta já está construída desde a época dos apóstolos e à ela queremos ser fiéis até o fim dos tempos, uma Igreja santa e Imaculada, que tem filhos pecadores sim, mas com desejo de se emendar e seguir fielmente o divino mestre.
A batalha espiritual a que os filhos da Igreja são chamados a travar é a batalha da fé, da oração, do sacrifício, do destemor. Não tenhamos medo de defender nossa fé diante dos tosquiadores, o dragão do modernismo é violento, sanguinolento, o dragão do modernismo não reconhece a Deus, ele se considera Deus com respostas para tudo, mas tudo isso é apenas enganação, só no Deus verdadeiro temos uma paz que precisamos.
Por isso, é urgente que os fiéis católicos não se deixem intimidar pela corrente de satanás que está no modernismo, tentando fazer a Igreja o seu projeto pessoal, onde Jesus Nosso Senhor é banido, onde a fé se torna obsoleta e sem razão.
O cristianismo e sua origem até hoje é o motivo de perseguição, e não será diferente, Nosso Senhor disse: "se faz assim com a árvore verde, o que se fará com a seca?" (Lc 23, 31). O católico convicto de sua fé – sim, o convicto, pois de católico caótico a Igreja já está cheia -, aquele que crê nas verdades perenes da fé e que Deus não muda, esse sim deve se empenhar em defender a vencida redentora do sangue de nosso Senhor, não esperem que bispos e padres o façam, pois estes muitas vezes não estão comprometidos com a verdade, sejam vocês mesmos os soldados de Cristo Jesus.
Como defensores de Cristo não podemos aceitar que ofereçam a Cristo um sacrifício que não seja sacral, paremos de brincar de missa, a Missa tem de ser respeitada e preservada para continuar sendo a obra redentora de Jesus, Nosso Senhor que salva almas, que liberta dos vícios e que eleva o espírito. Não queremos outra coisa, isso nos basta.
Em todas as épocas Deus suscita homens e mulheres de fé e coragem para mostrar ao mundo que o espírito dos apóstolos continua nos incentivando a continuar a obra redentora de Jesus sem negociar como verdades com o mundo moderno e nem com os defensores do modernismo.
Avante católicos destemidos, somos todos Templários do Senhor e queremos manter a sua ordem, queremos que o Reino Social de Nosso Senhor não seja substituído pelos modelos nefastos que nos apresentam, onde se implantar esse novo é preciso suplantar a fé apostólica.
Não queremos outro altar, não queremos outra missa, não queremos outra moral, não queremos outra doutrina. Queremos a mesma Igreja de sempre, aquela da qual os santos receberam o ensinamento e chegar a santidade, aquela que trouxe ao mundo a mesma e única mensagem de Nosso Senhor Jesus Cristo contido nos santos Evangelhos, essa Igreja que alimentou a fé de Santo Estevão , São Pedro, São João Maria Vianney, Santa Teresinha, Santa Josefina Bakita, são Pio de Pietrelcina, santo Ambrósio, Santo Agostinho, santo Antônio. Não desejamos outra Igreja que não seja a mesma que eles receberam e conheceram.
Estaremos de pé e assim, com o rosário e a eucaristia, resistiremos nesta luta em defesa da fé e da verdade, onde Nosso Senhor é o nosso maior incentivador.
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